O PT promete processar judicialmente o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que acusa o partido de ter recebido propinas em contratos da Petrobras, de 2003 a 2013, num total entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões. A ação do partido - que ainda não está pronta - será protocolada após o período do carnaval, informou hoje (10) o presidente do PT, Rui Falcão.
A bancada do PT na Câmara entrou hoje (11) com três representações, uma na Procuradoria-Geral da República, outra destinada ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e mais uma ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, pedindo esclarecimentos sobre o processo de investigação e a tomada de depoimento do ex-gerente executivo de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco.
Barusco confirmou, em depoimento na Operação Lava Jato, que ele e Renato Duque - ex-diretor de Serviços da Petrobras entre 2003 e 2013 - recebiam propina para facilitar que empresas assinassem contratos de grande porte com a estatal, como os da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Falcão disse, em entrevista coletiva, que “todas as nossas doações são legais, registradas e declaradas à Justiça Eleitoral, que tem aprovado todas as nossas contas. Esse senhor vai ter de responder civil e criminalmente pelos danos morais que está acarretando à imagem do PT por essa acusação falsa. Deixo o desafio para qualquer outro que tente fazer a mesma coisa, e terá de responder perante os tribunais”.
No depoimento do Barusco, ele disse que começou a pegar propina desde 1997, depois demarca o período de 2003 a 2013. Não há uma única pergunta direcionada ao período anterior ao do PT na Presidência da República, ressaltou Falcão, e negou que Barusco tenha sido indicado pelo partido para o cargo que ocupava na Petrobras.
Para o presidente do PT, houve indução nas investigações, e tentativa de criminalização do partido. “No termo de colaboração [depoimento], curiosamente, todas as vezes que é mencionado o PT ou o [tesoureiro] João Vaccari Neto, aparece em negrito, no documento original da PF”, destacou.
Ele acrescentou que o PT vai acionar o comando da Polícia Federal (PF), o Ministério da Justiça e o Ministério Público Federal, pedindo que sindicâncias sejam feitas para apurar “vazamentos seletivos” de informações dos depoimentos da Operação Lava Jato, que implicam apenas o partido.
Os petistas querem, segundo o líder do partido, deputado Sibá Machado (AC), que sejam esclarecidos alguns pontos da investigação e da tomada de depoimento de Barusco. O líder argumenta que quando Barusco “revelou em detalhes que o pagamento de propinas na Petrobras teve origem em 1997, mesmo ano em que abriu a sua primeira conta-corrente no exterior para receber o valor das propinas”, que o a gente não teve nem curiosidade em fazer perguntas relacionadas à data.
“O delegado, na nossa opinião, prevaricou, porque não fez nenhuma pergunta sobre como foi o início de tudo. Ele não teve curiosidade em saber nada sobre o assunto. Tem que ir mais fundo. Nós achamos que isso é prevaricação. O delegado não fez nenhuma pergunta, não quis nem saber de 1997, por que não fez nenhuma pergunta? Achamos que houve parcialidade, então não estamos coagindo ninguém. A nossa representação é para que seja investigado o assunto”, disse o líder petista após entregar as três representações.
O Ministério da Justiça informou que o ministro José Eduardo Cardozo recebeu dos petistas a representação para que a Operação Lava Jato amplie a investigação e que seja instaurada investigação para apurar crimes declarados por Pedro Barusco antes de 2003. Segundo o ministério, Cardozo disse que a postura do governo é de que tudo seja investigado sem qualquer exceção.
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